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  • Foto do escritorSandra Brandão

Entendi!

Uma rua, conhecida do coração e esquecida pela memória. Um homem passa com uma cobra no pescoço, como se fosse um animal de estimação. “Cena bizarra”, diz a mente intelectual.


Mais à frente, os pés descalços desviam da pele da cobra que havia ficado para trás, junto com aquela gosma do processo de se libertar da casca que não servia mais. “Ah!”, diz o coração. “Entendi. Que lindo!”.



Eu iria virar à esquerda. Sabia o caminho. Estava segura. Iria ao salão, cortar os cabelos, símbolo de identidade, de expressão e comunicação que estava em transformação.


Mas, como ainda acontece, me distraí.


Quando vi, estava num beco comprido e estreito. Me posicionei, então, para voltar. Notei uma mulher. Olhei para ela, que me avisou: “aí é perigoso”. “Eu sei”, respondi. Na mesma hora, num movimento aquecido dentro do coração, entrou em cena o saber, com as sensações e sentidos desconhecidos do limitado dia de vigília. Era a hiper realidade. A realidade sem os limites dos sentidos do corpo. A realidade sentida na essência. Eu conhecia aquela mulher! Ah, há quanto tempo não nos víamos.


Voltei para meu caminho.




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